De acordo com o mais recente relatório do INPS, com dados provisórios de todo o ano, Cabo Verde atribuiu ainda 164 subsídios de desemprego em julho e 163 em agosto, o registo mensal mais baixo após os 142 contabilizados em dezembro de 2021.
Esses subsídios de desemprego subiram ligeiramente em setembro, para 180, abaixo dos 203 registados no mesmo mês de 2021. Entretanto, esse registo voltou a crescer no segundo semestre do ano, fechando 2022 com mais 201 em dezembro.
Globalmente, em todo o ano passado foram atribuídos 2.349 subsídios de desemprego, que custaram 36.912.000 escudos (334 mil euros), menos 38,4% face aos 3.814 em 2021, que custaram então ao INPS 63.414.000 escudos (573 mil euros), segundo os dados da instituição.
Desde o início da pandemia de covid-19, o pico nestes apoios registou-se em abril de 2021, com a atribuição de subsídios de desemprego num único mês no valor de 10.657.000 escudos (97 mil euros).
Em 31 de dezembro de 2021 terminou a vigência do mecanismo de suspensão simplificada do contrato de trabalho. Neste regime de ’lay-off’, que estava em vigor desde abril de 2020 devido à pandemia de covid-19, o INPS suportava mais de metade do salário dos trabalhadores abrangidos.
"Este instrumento [’lay-off’] teve um grande impacto na atenuação do crescimento do desemprego em Cabo Verde", reconheceu anteriormente o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
O valor dos subsídios de desemprego atribuídos em Cabo Verde pelo INPS caiu 53% em 2021, face ao ano anterior.
A atribuição de subsídios de desemprego em Cabo Verde disparou desde abril de 2020, até ao máximo de 1.262 em julho desse ano, mas desde abril de 2021 (566) que a atribuição desses apoios está em queda.
Mais de 40% dos trabalhadores que perderam o emprego em Cabo Verde em 2020, durante a pandemia de covid-19, eram da ilha do Sal, a mais turística do arquipélago, segundo dados anteriores do INPS.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17,7% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.
A Semana com Lusa