Esta quarta-feira, apesar das tréguas assinadas na véspera, recrudesceu a violência no Sudão — que tem a cara do poderoso rebelde Daglo de 49-50 anos (à esqª) e Burhan, de 63 anos, o presidente-interino desde o golpe de Estado.
Primeiro, tinha havido ontem um recuo do general Abdel Fattah al-Burhan, CEMFA e presidente-interino, depois de ter na segunda-feira a ordenado a dissolução do grupo paramilitar RSF-Forças de Apoio Rápido, no segundo dia dos combates quando já se contavam pelo menos 97 mortes de civis na capital, Cartum.
Burhan acedeu a negociar com o comandante Mohamed Hamdan Daglo, cujo poder financeiro e prestígio é um desafio constante ao seu adversário de hoje e aliado no golpe de Estado de outubro de 2021.
O Sudão governado por uma administração civil-militar — encarregada de supervisionar a transição para um regime civil — tem estado numa transição precária marcada por divisões políticas e lutas pelo poder desde a expulsão do presidente Omar al-Bashir, em abril de 2019.
15 milhões precisam de ajuda humanitária
Um terço dos 45 milhões de sudaneses estão sem acesso a alimentos e precisam urgente de ajuda humanitária. Mas as duas partes em conflito têm desrespeitado os períodos de tréguas acordados, como voltaram a denunciar as ONG no terreno, esta segunda-feira.
Fontes: Reuters/ AFP/DW/BBC. Relacionado: Sudão disputado por 2 generais: 1 dia, 97 mortes inocentes no confronto entre militares e paramilitares, 17.abr.022.