A sondagem, realizada pela organização dos Estados Unidos, International Republican Institute (IRI), dá ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) um nível de apoio de 39%, acima dos 21% à Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), dos 4% ao Partido Democrático (PD) e de 1% cada ao Partido Libertação Popular (PLP) e ao Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
Recorde-se que a Fretilin, o PLP e o KHUNTO estão no atual Governo, tendo assinado um acordo de que a plataforma se manterá depois das eleições de 21 de maio.
Cerca de 23% dos 1.500 inquiridos recusou-se a responder, afirmando que a sua intenção de voto “é confidencial”, segundo a sondagem publicada na página oficial do IRI.
A sondagem indica que a maioria não consideraria votar para outro partido diferente em futuras eleições, percentagem que é mais elevada nas zonas rurais (65%) do que em Díli (55%), sendo que 33% explica não estar associado a qualquer força política.
Questionados sobre o principal motivo de apoio aos partidos, destacam-se aspetos como bons planos de desenvolvimento, cuidarem das pessoas ou terem uma história forte.
O CNRT e a Fretilin são os dois partidos considerados mais ativos na zona de residência dos inquiridos.
Na avaliação do Governo, 33% consideram que está a fazer um “muito bom” trabalho e 56% que está a fazer “bom” trabalho, valores que são respetivamente de 29 e 57% no caso do parlamento e de 59% e 37% no caso do Presidente.
Cerca de 47% dos sondados disseram que apoiaram antes um candidato mais jovem do que um mais velho, se ambos tivessem as mesmas qualificações, e 45% que apoiariam mais um homem que uma mulher.
Entre as líderes políticas do país, o nome com maior apoio é o da embaixadora Milena Pires.
A sondagem foi conduzida pela Insight Ltd, com os dados recolhidos em entrevistas pessoais conduzidas a 1.500 pessoas entre 21 de fevereiro e 16 de março.
O inquérito aplicou um método de amostragem de probabilidade, com uma amostra nacionalmente representativa do país, tendo em conta o censo de 2015, estratificada por município e pondera por idade e género, com uma margem de erro de mais ou menos 2,5 pontos e um grau de confiança de 95%.
O custo de vida e os preços elevados, o desemprego e estradas são considerados os maiores problemas do país, seguidos de acesso a água, desastres naturais e eletricidade, com 23% a descreverem a sua situação pessoal como “má ou muito má”.
Quase dois terços dos inquiridos (61%) consideram que o país está a andar na direção certa, valor que é ligeiramente mais elevado nas zonas rurais (64%) do que nas zonas urbanas (56%).
Cerca de 73% consideram que os partidos estão a fazer suficiente para responder às necessidades da população.
Na sua apreciação do progresso setorial a maioria dos inquiridos refere que a situação não mudou em setores como educação, unidade nacional, propriedade de terra, redução do crime, sistema judicial ou emprego.
O preço de bens alimentares e outros produtos é hoje pior para 74%, a corrupção piorou segundo 32% e a condição das estradas também piorou para metade dos inquiridos.
Mais de metade dos sondados consideram que os cidadãos têm capacidade para influenciar de alguma forma ou muito as decisões do país.
Na avaliação dos líderes políticos, Xanana Gusmão do CNRT continua a ter a opinião mais favorável (83%), à frente de Lere Anan Timur da Fretilin (60%), Taur Matan Ruak do PLP (53%), Mariano Assanami Sabino do PD, Francisco Guterres Lú-Olo da Fretilin (49%) e Mari Alkatiri também da Fretilin (45%).
O líder do KHUNTO, José Naimori é dos que regista pior avaliação com 41% a ter uma opinião algo ou muito desfavorável”.
No capítulo de relações internacionais, e questionados sobre o país que tem mais influência em Timor-Leste, os inquiridos destacaram os Estados Unidos (39%), à frente da Austrália (17%), da China (12%), da Indonésia (7%) e de Portugal (6%).
A maioria da população expressa confiança nos EUA (69%), Austrália (68%), Portugal (64%), Coreia do Sul (63%) e no Vaticano (59%), à frente da ASEAN (52%), da União Europeia (51%), Indonésia (48%) e Japão (42%).
A televisão é a maior fonte de informação e noticias políticas, à frente das redes sociais e da rádio.
Cerca de 43% dos sondados usam as redes sociais ou a internet diariamente, com 93% dos que têm acesso a um telefone (42% dos sondados) a terem contas no Facebook.
Entre os que usam Facebook, 34% consideram esta a sua principal fonte de notícias políticas, valor que cresce para 44% para os maiores de 36 anos.
A Semana com Lusa