Taipei reagiu assim ao comunicado conjunto que os presidentes chinês e russo emitiram no fim da sua reunião na tarde de sexta-feira, 4, em paralelo à cerimónia inaugural da 24ª Olimpíada de Inverno.
A declaração russo-chinesa considera "preocupante" o nível crescente de "interferência nos assuntos internos de outras nações" que "certas nações" estão a mostrar.
Em concreto referem a formação do pacto AUKUS — pelo qual os Estados Unidos e Reino Unido vão ajudar a Asutrália a construir uma frota de submarinos movidos a energia nuclear — como uma "ameaça à paz na região" Ásia-Pacífico.
Sem no entanto referirem a Ucrânia, Xi e Putin expressaram oposição à "expansão da NATO" — o principal busílis da questão russa na crise com a Ucrânia — classificando-a como "uma abordagem própria da guerra-fria", "incompatível com as relações internacionais" de hoje.
Soberania taiwanesa
Taipei repudiou a declaração do presidente da Rússia, para quem Taiwan é parte integrante da China, pelo que a independência taiwanesa seria uma agressão à segurança da China. "Nenhum país devia basear a sua segurança nacional em detrimento da segurança nacional de outros países", afirmou Putin.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan afirmou que a reivindicação da RPC "não só agrava a repugnância do povo de Taiwan pela arrogância e prepotência do Governo chinês, como também mostra aos países do mundo a face sinistra do regime comunista chinês, de agressão, expansionismo e atentados contra a paz".
"Isto é um insulto ao espírito pacífico simbolizado pelos anéis olímpicos, e será rejeitado pelo povo de Taiwan e alvo do desprezo dos países democráticos", afirma o governo taiwanês.
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Fontes: Japan Times/Xinhua/AP/BBC/CNN/SCMP. Fotos (Xinhua/AP): A declaração de Putin, que reitera o reconhecimento russo da soberania chinesa sobre Taiwan, foi recebida na ilha-república presidida por Tsai Ing-Wen com especial apreensão. A Rússia e Taiwan mantêm relações diplomáticas formais, embora com representações de importância menor.