José dos Reis falava à imprensa a propósito da décima primeira sessão ordinária da Assembleia Municipal, que esteve reunida durante dois dias no espaço da Delegação Municipal de Achada Tenda, para deliberar sobre as propostas de reestruturação financeira da autarquia e do Plano de Director Municipal (PDM) do Tarrafal e para a analisar as actividades da câmara a meio percurso.
A proposta de reestruturação financeira da autarquia foi aprovada com votos favoráveis da bancada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, partido que gere a câmara) e do Movimento Independente Tarrafal (MIT, oposição), e abstenção da bancada do Movimento para a Democracia (MpD, oposição).
Os demais dois pontos da agenda mereceram votos favoráveis do PAICV e MIT, e contra do MpD.
“Entendemos que este ritmo de crescimento e a velocidade que o município do Tarrafal já ganhou não devemos interromper (…). Devido a esta ambição do crescimento do município sentimos a necessidade de recorrer a um crédito obrigacionista para efectivamente criarmos espaços, por um lado, para fazermos a reestruturação e consolidação de todas as dívidas existentes junto da banca, mas também junto do sector público administrativo”, justificou o autarca.
“Por outro lado, para criarmos margem e financiar, sobretudo infra-estruturação urbana no município, que para nós é um factor de atractividade para investimento no município, e para que possamos continuar a fazer do Tarrafal, um município atractivo, mais competitivo, com qualidade de vida e com igualdade de oportunidade para todos”, acrescentou.
Este empréstimo obrigacionista de 280 mil contos junto da BVCV, segundo José dos Reis, vai servir para pagar dívidas junto da banca, cerca de 119 mil contos, e junto do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), cerca de 57 mil contos, e o montante restante para investimentos, sobretudo na infra-estruturação urbana do município.
Sobre esta operação junto da BVCV, o edil tarrafalense avançou que o processo já foi iniciado e, nos próximos dias, vai haver mais sessões de trabalho para que a edilidade possa encontrar o “melhor caminho” para a reestruturação financeira, que, insistiu, vai trazer alívio e folga financeira para a tesouraria municipal, para que possam focar na infra-estruturação urbana.
Na ocasião, notou que a equipa camarária que lidera desde Novembro de 2020, encontrou uma câmara com cerca de 300 mil contos em dívidas, atrelada a descoberto bancário e com incapacidade para contrariar qualquer outra dívida, sobretudo para investimentos.
Mas, assegurou que até a esta data já foram pagas 23 por cento (%) das dívidas herdadas, num valor acima de 33 mil contos, pagos à banca, sector público administrativo, sector privado empresarial, sector da família, e junto dos próprios funcionários desse município santiaguense. A Semana com Inforpress