“Estamos a falar de uma rede que, do ponto de vista teórico, pode ser até 500 vezes mais rápida do que 3G”, declarou Isaías da Rosa aos jornalistas, à margem do acto oficial de entrega dos direitos de utilização da frequência 4G (quarta geração de comunicações móveis) às operadoras vencedoras do concurso, CV Móvel e Unitel T+, respectivamente.
Conforme avançou, trata-se de “grande mais-valia da largura de banda e rapidez”, permitindo “uma profunda transformação na conectividade em Cabo Verde”.
“Hoje, quando falamos do desenvolvimento dos países, um elemento fundamental tem a ver com a taxa de penetração da Internet e, com a chegada da 4G ao nosso país, melhoramos esse aspecto importante que é a conectividade”, indicou aquele responsável.
Realçou, também, que 5G é “uma tecnologia nova”, avançando que pretendem fazer uma experiência piloto nos próximos meses, em “estreita parceria com o Governo e as operadoras das telecomunicações no mercado”.
“Há já um trabalho feito e em curso com os operadores, e uma multinacional, a Huawei, no sentido de avançarmos nos próximos meses”, salientou.
Isaías da Rosa anunciou que estão a trabalhar na perspectiva de se avançar com um estudo por forma a “melhorar a competitividade do mercado de telecomunicações”, através da “imposição de medidas reguladoras”.
Entretanto, reconheceu que o país necessita de uma “regulamentação muito forte”, garantindo, por um lado, a sustentabilidade das operadoras e, por outro, “os legítimos interesses dos consumidores”.
Por sua vez, o administrador executivo da CV Telecom, João Domingos Correia, assegurou que a operadora já tem a cobertura da 4G em todos os municípios, mas que nesses primeiros passos vão padronizando aquilo que são as expectativas dos consumidores.
Segundo este responsável, a aposta agora passa para um “desenvolvimento mais alargado da rede” e ir às zonas “mais remotas”.
João Domingos Correia informou ainda que aconteceu uma reunião entre as operadoras e a reguladora, tendo durante a qual havido uma “provocação” para se assumir o desafio de avançar para a 5G.
Admitiu que o país precisa de “algumas melhorias neste sentido”, mas declarou que dentro de um ano os principais centros urbanos terão a 5G.
Por sua vez, o administrador da Unitel T+, Inowese Ferreira, afiançou que a implementação da 4G é um processo que começou de há algum tempo, mas que a empresa que dirige espera ter uma cobertura de 90 por cento (%) do país até o final do ano.
Constatou que a 4G oferece uma “experiência muito considerável”, mas apontou que os cabo-verdianos anseiam por novos serviços e “até mais velocidades”, julgando, por outro lado, que ainda existem “inúmeros constrangimentos” no que se refere à concorrência e acesso.
Instado a comentar sobre a decisão de separação funcional da Cabo Verde Telecom, Inowese Ferreira respondeu que já existe uma decisão nesse sentido e que sua empresa defende que existiam outros modelos de “separação mais estrutural”. A Semana com Inforpress