O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) portuguesa João Almeida explicou à Lusa, em Díli, que antes desse estágio de um mês, no âmbito de um projeto de cooperação bilateral, elementos da estrutura portuguesa vão ficar na capital timorense durante duas semanas.
“A CNE timorense contactou a CNE portuguesa a pedir que um membro e dois funcionários da comissão possam estagiar connosco durante um mês para desenvolver o conhecimento de língua portuguesa e conhecer os nossos procedimentos”, disse.
“E pediram que alguém da CNE viesse a Timor-Leste com o mesmo objetivo, para um período mais curto e abrangendo todo o aparelho de funcionários e membros da comissão”, notou.
Os dois elementos que estão em Díli integraram a missão de observação da Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (ROAJE-CPLP) que acompanhou as legislativas de domingo.
“Sugerimos inverter a ordem das sessões porque nos pareceu que vindo cá primeiro, cumpríamos o objetivo e simultaneamente tínhamos conhecimento melhor de quais seriam os problemas em que poderíamos dar alguma ajuda concreta e real”, disse.
“Aproveitámos as eleições e vamos ficar 15 dias, ajudando no que nos pedirem, observando como fazem, sugerindo sempre que nos perguntem como achávamos que podia ser, de forma mais simples e célere, e retirando ideias sobre as principais coisas a ter em conta no estágio de um mês”, acrescentou.
A CNE timorense está até sexta-feira a conduzir o apuramento nacional dos resultados da votação de domingo, a certificar a contagem do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a resolver os mais de 500 votos reclamados.
Os resultados serão depois certificados pelo Tribunal de Recurso.
O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, venceu as eleições parlamentares de domingo, mas sem maioria absoluta, obtendo a maior vitória de sempre ao garantir 31 dos 65 lugares do Parlamento timorense.
Em segundo lugar, ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que registou o pior resultado de sempre do partido em termos percentuais, ao perder quatro dos atuais 23 lugares.
A Semana com Lusa