“Estamos prontos a cooperar com o futuro Governo e a facilitar e garantir uma transição condigna e de qualidade para apoiar um bom funcionamento do futuro executivo”, disse Fidelis Magalhães em declarações à Lusa.
“Timor-Leste deve avançar e o povo merece. Para o desenvolvimento, para termos um Timor desenvolvido, deve haver uma transição política serena e digna”, enfatizou o ministro e quadro do Partido Libertação Popular (PLP).
Questionado sobre se o resultado traduziu um chumbo do eleitorado ao atual Governo – o vencedor, o CNRT, obteve mais votos sozinho do que as três forças do executivo em conjunto – Fidelis Magalhães referiu que não falava em nome do partido.
“O povo tem as suas preocupações e neste momento o povo, a maioria, não está de acordo com as políticas do Governo. Mas não significa uma condenação”, afirmou.
“Na democracia há sempre tempos, em que o povo concorda, e outras políticas que não são oportunas. Se calhar, retrospetivamente, poderão vir a dizer que afinal as políticas eram boas políticas”, afirmou.
Sem comentar os resultados eleitorais em nome do partido, Magalhães felicitou o vencedor das eleições, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e o seu presidente, Xanana Gusmão, bem como os demais partidos participantes no voto.
“Depois desse processo [de contagem] haverá proclamação do Tribunal de Recurso e depois disso se calhar o Parlamento Nacional e os procedimentos parlamentares e aí virá novo Governo”, afirmou
“Estamos a finalizar relatórios e vai haver uma reunião final do Conselho de Ministros. Naturalmente vamos pegar no calendário aprovado para atuarmos de acordo com o calendário”, vincou.
O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, venceu as eleições parlamentares de domingo, mas sem maioria absoluta.
Ainda assim, obteve a maior vitória de sempre, garantindo uma ampla representação parlamentar, com 31 dos 65 lugares do parlamento, mais 10 dos que detém atualmente, indicam os resultados gerais provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) timorense.
A contagem final provisória do STAE, que terá de ser verificada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pelo Tribunal de Recurso, dá ao partido de Xanana Gusmão 288.101 votos (41,62%), um resultado superior ao obtido pelas três forças políticas que compõem o atual Governo.
Em segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), com 178.248 votos (25,75%), o pior resultado de sempre do partido em termos percentuais, perdendo quatro dos atuais 23 lugares.
O novo parlamento vai integrar ainda seis deputados do Partido Democrático (PD), mais um que na atualidade, cinco do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que mantém o número de lugares, e quatro do Partido Libertação Popular (PLP), do atual primeiro-ministro, que perde metade da representação.
A contagem dos votos vai agora ser validada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), antes dos resultados serem certificados pelo Tribunal de Recurso e da posse dos novos 65 membros do Parlamento Nacional timorense.
A Semana com Lusa