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Tribunal de Recurso vai determinar elegibilidade de partidos para legislativas timorenses 16 Fevereiro 2023

O Tribunal de Recurso (TR) timorense determinará até final de março a lista de partidos ou coligações que se podem apresentar às eleições legislativas de 21 de maio, segundo critérios definidos pela lei dos partidos políticos.

Tribunal de Recurso vai determinar elegibilidade de partidos para legislativas timorenses

Esse diploma, revisto em 2016, determina que “perde o estatuto de partido político a organização que não participar com programa próprio em nenhuma eleição a nível local ou nacional por um período de tempo superior a cinco anos”.

Tendo em conta que as últimas eleições se realizaram a 12 de maio de 2018, o TR pode determinar que se candidatam apenas as forças políticas que concorreram nesse ato eleitoral, acrescidas de novas forças políticas registadas desde então, como é o caso do Partido Os Verdes de Timor (PVT).

Cada candidatura que seja apresentada é analisada a cada eleição pelos juízes do Tribunal de Recurso, que determinam depois a sua elegibilidade, havendo sempre um processo de recurso e deliberação final.

Em 2018, por exemplo, o Tribunal de Recurso retirou a elegibilidade a sete forças políticas, nomeadamente a ASDT, KOTA, PDL, PUN, PARENTIL, PNT e PTT, mantendo-se com o estatuto de partido político um total de 24 forças (incluindo já o PVT).

Os critérios definidos na lei podem implicar que pelo menos quatro forças políticas desse grupo - Partido Milénium Democrático (PMD), Partido Democrático República de Timor (PDRT), Partido do Desenvolvimento Popular (PDP) e Partido Timorense Democrático (PTD) – não podem concorrer ao voto de 21 de maio.

Isso deixaria um grupo de 20 partidos com elegibilidade para se apresentarem aos eleitores.

Dada a barreira mínima de 4% dos votos válidos necessária para eleger deputados para o Parlamento Nacional timorense, é comum que forças mais pequenas se unam em coligações.

Em 2018, por exemplo, apresentaram-se a votos um total de quatro coligações que entre si incluíam um total de 15 forças políticas.

Dessas é já claro que não se repetirá a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), que venceu o voto com maioria absoluta e que reunia as que eram então as três maiores forças da oposição, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Hoje o PLP e o KHUNTO estão no Governo com a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), uma de apenas quatro forças políticas que se apresentaram a votos, individualmente, nas eleições antecipadas de 2018.

Essas quatro forças políticas – Fretilin, CNRT, PLP e KHUNTO – anunciaram já que concorrem separadamente.

Porém, entre outras forças políticas, há já debates internos para a eventual formação de coligações pré-eleitorais.

Antonio Conceição, secretário-geral do Partido Democrático (PD) – controla cinco cadeiras no parlamento de 65 lugares – confirmou à Lusa que essa é uma ideia a ser debatida internamente no partido, vincando que não houve ainda contactos formais com outras forças políticas.

“Estamos a debater essa questão internamente e a debater a possibilidade de uma coligação que ajude a conseguir mais equilíbrio nas políticas, depois das eleições, em relação aos dois grandes partidos”, afirmou, referindo-se à Fretilin e CNRT.

Já anunciada no final de janeiro foi a coligação Aliança Democrata (AD) que reúne três forças políticas: a Aliança Nacional Democrata (AND), cujo processo de registo ainda não está concluído, e ainda o Partido de Desenvolvimento Popular (PDP) e o Partido Liberta Povo Aileba (PLPA).

Ainda não foi confirmado se voltará a repetir-se a única outra coligação a eleger deputados em 2018, a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD), que depois da votação se acabou por separar, e que unia a União Democrática Timorense (UDT), a Frente Mudança (FM) e o Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), ficando cada um com um assento no atual Parlamento Nacional.

O método de Hondt aplicado em Timor-Leste implica que os votos em forças que não consigam eleger ninguém para o Parlamento, de 65 lugares, sejam redistribuídos proporcionalmente pelos partidos que elegem deputados.

Nas eleições presidenciais, do ano passado, registaram-se cerca de 650 mil votos válidos, pelo que se essa taxa de participação se repetir, a barreira de 4% rondaria os 26 mil votos.
A Semana com Lusa

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