Ao deixar o hospital, o presidente dos estados Unidos enverga a máscara protetora anti-Covid. Retirou-a ao entrar no helicóptero e sem máscara voltou a entrar na Casa Branca, reporta a imprensa.
A Casa Branca está a ser apontada pela falta de transparência que desde quinta — segundo a informação mais recente de que o presidente já saberia estar com Covid — ou sexta-feira emana dos comunicados incompletos e tardios sobre a situação clínica do presidente.
Ou seja, toda a decisão de ocultação vem do presidente que quer transmitir ao público a ideia de que é menos grave a sua situação clínica. Já na sexta-feira, Trump recusou aceitar a seriedade da sua doença quando os médicos quiseram transferi-lo para o hospital militar.
"Ele disse que não iria para o hospital a um mês da eleição", revelou um próximo dele no Partido Republicano ao jornalista da Vanity Fair. Outras duas fontes disseram que os médicos deram um ultimato ao presidente: ou ele saía de imediato pelo seu próprio pé para o hospital ou seria mais tarde levado de maca.
Segundo outra fonte, o presidente acabou por aceitar dar entrada no hospital, só após o fecho das bolsas na sexta-feira.
A batalha do presidente doente contra o coronavírus tem, pois, além da frente sanitária outras frentes. E na frente política, quem está por enquanto a beneficiar são os democratas, hostis ao calendário acelerado para confirmar Amy Barrett no Supremo.
Primeiro, porque a questão sanitária vai determinar os trabalhos do Senado — como tal, constituído por pessoas mais idosas e vulneráveis à doença do coronavírus.
Na esfera do poder, os republicanos contam-se entre os doentes mais recentes, por terem participado na cerimónia organizada a 26 de setembro, no Rose Garden/Jardim Rosa da Casa Branca para a magistrada que Trump escolheu para o Supremo.
Na sexta-feira, tiveram testes positivos dois senadores da comissão judiciária do Senado, Mike Lee e Thom Tillis.
Todavia no sábado, enquanto um outro senador republicano, Ben Sasse, também da comissão judiciária, indicava que, embora com teste negativo, ia entrar de quarentena — por ter estado em interação com dois colegas positivos —, o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell assegurava que os trabalhos para a confirmação iam continuar, como agendados, a partir de 12 de outubro.
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Fontes: Washington Post/N Y Times/ Fotos (AFP): Trump tem alta ao 4º dia. O presidente, a primeira-dama e outros participantes na reunião de 26 de setembro, para o ato de confirmação de Amy Barrett, testaram positivo. No extremo direito, a magistrada que Trump escolheu para o Supremo conversa com o senador Thom Tillis, que viria a testar positivo. Tal como os demais, ambos estão sem máscara e não seguem a regra dos 1,8 m de distância fixada pela OMS.