Há dois meses que o presidente Trump tenta, por todos os meios, reverter o resultado da eleição de 3 de novembro.
Os tribunais estiveram atarefados este tempo todo a responder a dezenas de protestos com a alegação, sem provas, de que houve fraude. Debalde, Trump e os seus apoiantes esgotaram todos os meios legais que a Justiça eleitoral permite.
O registo áudio divulgado ontem que é a sua última tentativa para reverter os resultados da eleição na Geórgia, a duas semanas da inauguração da presidência de Biden e a poucos dias da eleição do 06 de janeiro, parece senão um ato insano no mínimo uma estratégia desesperada, algo incompreensível, de não perder a face diante do eleitorado de Trump caraterizado como de fanáticos.
O primeiro a publicar o registo áudio foi o Washington Post. Mas a forma como chegou ao público foi explicada esta segunda-feira pelo New York Times.
Raffensperger instruiu os seus assessores para não divulgar nem transcrever a gravação da conversa de sábado à tarde. Contudo, admitiu fazê-lo se o presidente Trump o atacasse ou mentisse, o que aconteceu em mais um tweet do POTUS-presidente dos EUA na manhã de domingo.
Entre os democratas, é a indignação perante mais esta investida do republicano. Kamala Harris, a vice-presidente eleita classifica a atitude de Trump como "a voz do desespero" e "um rotundo abuso de poder pelo presidente".
Destituível a 14 dias do fim do mandato?
A duas semanas da inauguração da presidência de Biden, no próximo dia 20, a congressista democrata Alexandra Ocasio-Cortez pergunta: "Isto é ou não motivo para destituir o presidente?"
A representante do Estado de Nova Iorque esteve entre os democratas que em julho de 2019 ante os "comentários indignos" e xenófobos do presidente renovaram o pedido pelo ’impeachment’ de Trump.
A chefe do Partido Democrata no Congresso, Nancy Pelosi, até então reticente, acabou por dar luz-verde para se avançar com o processo que, como se sabe, "deu em nada" em janeiro de 2020.