Os dados foram apresentados, na cidade da Praia, pelo coordenador do POSER, Jaime Ledo Pina, indicando que desde 2016 foram realizados 116 projetos estruturantes em sete ilhas do país – Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Maio, Santiago, Fogo e Brava – e que foram beneficiadas 21.878 pessoas, chegando a 120% da meta de 16 mil inicialmente traçada.
De acordo com a mesma fonte, outro dos grandes resultados foi a instalação de energia fotovoltaica para exploração de água para agricultura.
“Com isso vamos aumentar, e de que maneira, a disponibilidade de água para a agricultura, tanto assim é que já temos mais de 500 hectares de terras agrícolas disponíveis”, referiu.
Também disse que o programa deu um “grande contributo” para diminuir a pobreza no arquipélago e para a melhoria das condições de vida dos beneficiários.
“De todo o investimento que já se fez até ao momento, as pessoas já se sentem mais à vontade, tanto que, do rendimento da agricultura, têm mais produtividade e que reduz a sua pobreza”, considerou.
O POSER foi financiado em 36,9 milhões de dólares (34,4 milhões de euros) pelo Governo de Cabo Verde, pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), pelo Fundo Fiduciário Espanhol e pelos próprios beneficiários, tendo como objetivo a promoção de oportunidades de emprego e rendimentos para a população rural mais vulnerável.
O programa teve três pilares, nomeadamente a capacitação e a formação das populações rurais, sobretudo as mulheres chefes de família e jovens, a aposta em atividades geradoras de rendimento e a facilitação do acesso ao microcrédito.
A apresentação aconteceu numa altura em que está no país uma equipa da FIDA, chefiada pela vice-presidente, Jyotsna Puri, para fazer seguimento e avaliação dos projetos implementados pelo programa, que não realizou ações nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
Segundo o coordenador, haverá um prolongamento do programa até dezembro desde ano, e a FIDA está a analisar a possibilidade de um financiamento adicional para a sua continuação.
Presente na cerimónia, a vice-presidente da FIDA destacou a coragem e visão na implementação do projeto, que considerou ser ainda sobre inclusão, desenvolvimento da agricultura e geração de rendimentos e empregos.
“É exatamente esse o foco do FIDA, trabalhar juntos para construir uma visão nova e diferente e garantir que possamos colaborar com Governos e parceiros para ajudar os países a enfrentar os desafios das mudanças climáticas e das diferentes crises”, salientou Puri, garantindo o comprometimento da organização a que pertence em contribuir para elevar o nível da resiliência.
Através do programa, foram mobilizados mais de 8.200 metros cúbicos de água, criados 55 pontos para a sua distribuição, foi criada a empresa Água de Rega, houve um aumento em 55% na produtividade e renda de agricultores locais e um total de 3.434 chefes de famílias foram empregados em conservação, agricultura, pecuária e pesca.
Contribuição para transição energética e mitigação da emissão de gases de efeito de estufa e reforço na utilização de energia fotovoltaica em áreas rurais para mobilização de água foram outros dos resultados do POSER.
O programa contribuiu ainda para o aumento da segurança hídrica e alimentar, aumento da inclusão social e reforço da resiliência económica, uso mais eficiente e sustentável dos recursos naturais, soluções inovadoras e sustentáveis para a gestão da água na agricultura, melhoria das condições de vida das comunidades rurais, aumento da produção agropecuária e maior utilização de energias renováveis.
A Semana com Lusa