No facebook pessoal do docente lê-se: "Acho que estamos a precisar urgentemente duma ’inquisição’ que limpe este lixo humano (...) todo!".
Segundo ele, a publicidade "é uma agressão e merecia umas valentes pedradas nas vitrinas só para aprenderem".
Segundo as fontes, não é a primeira vez que a atuação do docente desagrada. No ano passado, os alunos — organizados num grupo na rede social Facebook que hoje conta mais de 700 membros — queixaram-se de comentários depreciativos com "teor racista, homofóbico" e contra as medidas decretadas pelo Governo para combater a pandemia provocada pela Covid-19.
Na altura, a Reitoria demarcando-se dessas mensagens com teor "discriminatório" com as quais "não pactua", ordenou a abertura de um inquérito ao docente do departamento de física.
Em declarações à Lusa, um estudante disse do descontentamento perante a "posição neutra" que a Reitoria mantém. Exigem por isso um posicionamento claro da instituição sobre o docente em questão.
"Este comportamento vem a acontecer desde o ano passado, altura em que se abriu um inquérito, mas que até hoje nada foi feito", afirmou o estudante universitário.
A Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) também já manifestou o seu "total repúdio à conduta pessoal" do docente considerando que a mesma, ainda que exterior ao ambiente académico, "não deixa de afetar" os estudantes desta academia.
"A AAUAv não pode tolerar qualquer tipo de discurso de ódio ou de discriminação e muito menos de incitação à violência", referem os representantes dos estudantes que dizem que têm vindo a trabalhar conjuntamente com a Reitoria, no sentido de tomar "todas as diligências possíveis e resolver de vez a situação que há muito se tem arrastado".
Após a denúncia da situação, a Reitoria difundiu um comunicado dirigido aos membros da comunidade académica, onde defende a liberdade de expressão e de opinião, consagrada na Constituição da República Portuguesa, reconhecendo a separação das esferas pessoal e profissional.
"Ciente, porém, da importância que um ambiente de respeito e confiança tem para o bom funcionamento da Instituição, a Universidade saberá avaliar quaisquer condutas que possam interferir com esses últimos valores e propósitos e que se repercutam negativamente na imagem da instituição --- e atuará em conformidade, com rapidez e firmeza", diz a Reitoria após destacar que atualmente convivem na UA espaço pessoas de "mais de 90 diferentes nacionalidades", não sendo por isso de tolerar "discursos de ódio, de discriminação ou de incitação à violência, qualquer que seja a sua natureza, origem ou contexto".
Amigos e inimigos. Desde 2016 têm vindo a ser publicados rankings nos Estados Unidos, que avaliam as universidades segundo são acolhedoras ou hostis a membros da comunidade gay. Entre as "50 melhores faculdades e universidades para estudantes LGBT" constam universidades de topo nos rankings de excelência, como a Yale U., a Rutgers U., a Harvard U., a UMassAmherst. Entre as "25 piores" constam em especial as de denominação religiosa. Mas entre estas, a Calvin College, Campbell University, Eastern Mennonite University, são classificadas como tolerantes.
Fontes: JN.pt/Lusa/sites especializados