O anúncio promissor para a paz em Venezuela foi feito esta quinta-feira em Washington, após a reunião de Gustavo Petro com o presidente Biden, na sua primeira visita oficial desde que assumiu a presidência em agosto de 2022.
"Propus que, neste processo, as conversas da semana que vem e as que se seguirão no México possam gravitar em torno de questões para construir dois eixos: um é o cronograma eleitoral venezuelano, com garantias, e a entrada da Venezuela no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. O outro é uma desativação progressiva e paulatina de sanções, de modo que possamos chegar a uma meta que é que o povo decida livremente, sem sanções, sem pressões, seu próprio destino social e político", disse Petro em conferência de imprensa.
Recorde-se que em janeiro, Nicolás Maduro recebeu Gustavo Petro, pela segunda vez em Caracas. A primeira visita em novembro serviu para os líderes dos países vizinhos normalizarem as relações entre a Colômbia e a Venezuela ao fim de quatro anos de tensão. A instalação mútua de embaixadas em Bogotá e Caracas aconteceu em 8.8.022 (Presidentes da Venezuela e Colômbia: 2º encontro em Caracas, paz sobre a mesa — Próxima ronda com Lula, 09.jan.023).
Perdeu direito a voto na AG da ONU — Quotas em atraso há anos
Desde 2019 que a Venezuela está no (restrito) grupo de países que têm vindo a perder o direito de votar na Assembleia-Geral, por causa das dívidas relativas a contribuições para o órgão decisório das Nações Unidas.
O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, pediu de novo à ONU para voltar atrás na decisão porque, disse, o atraso nas contribuições advém das sanções impostas ao país pelos Estados Unidos.
"O embargo financeiro dos EUA" — em flagrante "violação do direito internacional" — "fechou os caminhos bancários" ao Estado venezuelano que, por isso, deixou de poder honrar os pagamentos, afirmou o ministro no Twitter.
A ONU pode suspender o direito a voto de países-membros que tenham contribuições em atraso em pelo menos dois anos consecutivos, desde que a situação não dependa de causas de força maior reconhecidas pela própria entidade.
Fontes: Reuters/EFE/Site da ONU. Fotos: Encontro de Caracas em janeiro. Petro na Casa Branca hoje. Bandeira da Venezuela, à direita, no edifício-sede das Nações Unidas em Nova Iorque.