A estudante universitária de 22 anos ia pela rua Sardi, no bairro San Lorenzo, quando de súbito um indivíduo de 42 anos lhe apontou uma chave de fendas e a arrastou para um canto escuro dessa rua do centro de Roma (mapa).
"Senti a chave de fendas a ferir-me no pescoço. Nem consegui gritar", relatou a estudante Alessandra, que ficou ferida no peito.
Sobre o seu salvamento: «Ele disse-me: ’Fica tranquila, agora está tudo bem’. Gostava muito de voltar a ver esse herói para lhe agradecer».
Alessio ouvido pelo Corriere della Sera contou que "a amiga dela vinha a correr pela rua a pedir socorro. Ninguém se mexeu e eu corri para ir socorrer essa jovem em perigo". A rua esteve como de hábito movimentada como prova a foto em baixo à esquerda, que foi captada nesse mesma noite, segundo o Corriere.
«Ao chegar, vi que o indivíduo estava atrás dela e mantinha o braço sobre o ombro dela. Nem vi a chave de fendas. Perguntei-lhe como estava e ela nem conseguiu falar, só vi o terror nos seus olhos. O homem disse ’Estou com ela, está tudo bem!’. Vi logo que não».
Alessio entrou em corpo a corpo com o agressor que o atingiu "perto do coração" com a chave de fendas, mas conseguiu retirar-lhe a "arma".
O malfeitor pôs-se em fuga. Pouco depois chegaram os agentes da polícia (foto) e Alessio entregou-lhes a chave de fendas. Conta que se foi logo embora, porque "sou cozinheiro num restaurante (não em San Lorenzo), de manhã tenho que levantar cedo".
"Soube que a polícia conseguiu deitar-lhe a mão. Encontraram-no deitado no chão, talvez estivesse doente. Aqui ninguém o conhecia, ele não parecia bêbado ou sob o efeito de nada. Agora está preso. Ele tem que ficar na cadeia, que é o lugar dele".
"Não sou um herói"
"Sei que fiz um gesto que outros não quiseram fazer, mas não sou um herói. Para mim era a coisa mais normal do mundo. Em San Lorenzo não toleramos tais comportamentos", disse ao diário romano La Repubblica.
As palavras de Alessio, entrevistado por vários órgãos de comunicação social, estão a comover a webesfera.
"Este rapaz é o filho que todos gostaríamos de ter".
"Esta jovem teve sorte, graças a Alessio. Não esqueçamos que neste mesmo lugar há pouco mais de dois ou três anos morreu uma menina de dezasseis anos, que foi atacada por um monstro, que a matou".
"Desta vez, felizmente, as coisas correram de forma diferente e tudo graças a Alessio, um rapaz de 38 anos que não virou as costas, que não se deixou levar pela indiferença, mas que ao ver a rapariga em perigo não hesitou em oferecer-lhe ajuda".
Fontes: Corriere della Sera/La Repubblica/La Stampa. Fotos: A indiferença geral manifesta-se no facto de que ninguém acorreu aos gritos de socorro, na rua que esteve como de hábito movimentada (a lembrar um entardecer de sábado, o último de março de 2009, ’Kasubodi na 1ª pessoa’ na rampa do Liceu da Praia). Neste sábado-domingo, 29, em Roma uma multidão está próxima, como prova a foto em baixo à esquerda, captada nessa mesma noite, segundo o Corriere.