“A VisionWare irá fazer um novo processo de recrutamento, iremos reforçar a equipa da Praia, já com previsão de começar a abertura do escritório em São Vicente, e com um novo processo de recrutamento só para São Vicente”, avançou à agência Lusa, na cidade da Praia, Bruno Castro, fundador e diretor da empresa portuguesa de segurança de informação e cibersegurança.

Atualmente com cerca de 30 funcionários na cidade da Praia, a VisionWare vai lançar uma nova vaga para recrutar entre 10 e 15 novos colaboradores para os seus escritórios na capital do país, para responder ao crescimento do negócio.

“Na Praia, temos tido uma boa adesão, até pela boa parceria que nós temos com o NOSi [Núcleo Operacional da Sociedade de Informação], com possibilidade de recrutar mais pessoas formadas pelo próprio NOSi, isso é uma mais-valia”, avaliou.

Mas a empresa não fica por aqui e já está a pensar na abertura de um polo em São Vicente, num processo que também vai implicar mais contratações de pessoas com o mesmo perfil, que podem ser deslocadas ou residentes nessa ilha.

“Neste momento, iremos apontar para os 30 colaboradores, e até ao final do ano chegar aos 50”, projetou o líder da empresa informática, presente desde 2007 em Cabo Verde, e que tem mais de 20 clientes ligados ao Estado, à banca, às seguradoras, à área farmacêutica ou à energia.

“A vantagem de ter pessoas formadas em Cabo Verde, pelo próprio NOSi e pelas academias, tem sido uma experiência fantástica, matéria-prima existe, a experiência funcionou muito bem, estamos a replicá-la agora para São Vicente”, realçou, sublinhado que a empresa está a contratar pessoas formadas em Cabo Verde, para trabalhar não só no arquipélago, mas “para o mundo”.

Em finais de novembro, a VisionWare lançou em Cabo Verde um centro de análise de ciberameaças à segurança mundial, que já conta com 10 especialistas que se vão infiltrar no submundo dos ciberataques e atuar rapidamente.

Na altura, também em entrevista à Lusa, Bruno Castro disse que a empresa, que é credenciada pela NATO em soluções de segurança da informação e cibersegurança, pretende obter informação, se possível, em tempo real, para reconhecer um ataque cibernético no momento em que acontece, e saber quem são os autores, suas motivações, entre outros dados, para poder responder rapidamente.

O responsável disse agora que essa é mais um prova da presença contínua da empresa no arquipélago, que, tal como o mundo inteiro, preocupa-se com as questões de segurança cibernética.

“E também houve aqui investimentos fortes, nomeadamente no Governo, na ótica de se preparar para a ameaça que existe e para a resiliência no caso de serem atacados”, constatou Castro, enfatizando a contribuição que a empresa tem dado para o país em matéria de cibersegurança.

“Cabo Verde evoluiu imenso nos últimos 15 anos em termos de segurança e a sua capacidade de resistir até à recuperação ao desastre, e prova disso foi o que aconteceu com a rede do Estado e que o NOSI, juntamente com os outros parceiros, connosco incluído, foi capaz de recuperar de um ataque tão devastador há dois anos”, lembrou.

O responsável considerou ainda que os próximos desafios vão passar por manter esse nível de crescimento do setor no país.

A VisionWare, fundada em 2005, é uma empresa especializada em segurança de informação: cibersegurança, tecnologias de informação, investigação forense, compliance, privacidade, formação e intelligence.

O diretor está na Praia para participar num seminário estratégico internacional sobre cibersegurança, organizado pela União Europeia em parceria com o Governo de Cabo Verde, que tem por objetivo continuar a reforçar a colaboração institucional nesta área estratégica e no quadro da Parceria Especial entre a União Europeia e Cabo Verde. A Semana com Lusa