O leilão das obras assinadas por Pak — criador conceptual envolto em mistério: tanto pode ser um único indivíduo ou um coletivo de artistas — rendeu mais de 52 milhões de dólares. Quantia que permite a Assange pagar as despesas com a sua defesa para evitar a extradição para os Estados Unidos "onde o espera ou a pena capital ou a pena perpétua".
Há dois meses, em 10 de dezembro, o jornalista australiano fundador do Wikileaks detido numa prisão de Londres recebeu a má notícia de que o Supremo Tribunal do Reino Unido autoriza a extradição para os Estados Unidos.
Os juízes do Supremo decidiram com base "nas garantias dadas pelos Estados Unidos", de que vão procurar por todas as formas possíveis evitar que Assange cometa suicídio. Caía assim o fundamento da sentença pelo tribunal de Old Bailey, proferida onze meses antes, em janeiro de 2021, que era pela não-extradição, por se temer os efeitos sobre a saúde mental do prisioneiro.
Assange é desde 2011 procurado pelo Departamento de Estado norte-americano por ter publicado documentos altamente confidenciais desde 2010.
Arte digital
O título "Censurado" acompanha a coleção de obras que resultam da parceria entre Pak — "artista(s) da criptomoeda", criador(es) conceptual(ais) — e Julian Assange. O australiano acusado de espionagem e outros crimes graves tem vindo, desde há doze anos e entre várias peripécias, a contar com apoiantes diversos que lhe têm permitido evitar a extradição — pedida pelo sistema de justiça e o de defesa dos Estados Unidos.
O leilão da coleção NFT-Bens não-tangíveis (designação a indicar que os produtos conceptuais são autênticos porque não podem ser reproduzidos) obteve o seu objetivo de levantar fundos para combater a extradição. Agora Assange vai poder dar entrada a mais um recurso no tribunal supremo britânico.
Fontes: BBC/Independent.co.uk. Relacionado: Assange vai ser extraditado, 11.12.021.