O ativista de 44 anos foi detido pela polícia no controlo de passaportes do aeroporto de Sheremetyevo, no regresso de Berlim para onde foi transportado há cinco meses após ser acometido de súbita doença que os seus próximos suspeitaram ser envenenamento pelo neurotóxico Novichok, que é um modus operandi presente em mortes de vários oponentes do regime russo.
O próprio Navalny foi várias vezes alvo de ataques contra a sua integridade física, um dos quais lhe afetou a visão dum olho.
Opositor que o presidente Putin tem vindo a menosprezar, Navalny todavia é apontado como o mais forte opositor do regime. Os seus vídeos na internet obtêm centenas de milhões de visualizações e o apoio viu-se no domingo quando as autoridades fizeram desviar a rota do avião para um outro aeroporto.
Dezenas de apoiantes que o aguardavam no aeroporto de Vnukovo, também na capital russa, acabaram detidos pela polícia.
As manifestações de apoio a Navalny têm crescido. Embora o líder da oposição tenha sido impedido de concorrer nos diversos atos eleitorais, tem angariado o apoio dos demais deputados da oposição — que cresceu e em setembro de 2019 elegeu vinte dos quarenta e cinco deputados.
Merkel e Macron
A chanceler alemã Angela Merkel — que em agosto interveio para que o opositor a Putin tivesse tratamento médico em Berlim e vistou Navalny no hospital — juntou-se às vozes na União Europeia que pediram, na segunda-feira, a libertação de Navalny e ameaçam com novas sanções em caso contrário.
Mas nesta quarta-feira o tribunal de Moscovo adiou o julgamento, o que vai fazer prolongar a prisão preventiva.
Fontes: DW/BBC/ Le Monde/Reuters. Relacionado: Rússia: Vitória magra da Rússia Unida, de Putin, amargada com 20 deputados da oposição — Prontos a juntar voz ao banido Navalny, 10.set.019; Rússia: Médicos recusam transferir opositor nº1 de Putin em estado de coma, 21.ago.020. Fotos (AFP/Reuters): Navalny detido no regresso a Moscovo cinco meses depois do envenenamento. Fotos inseridas: Putin. Navalny que deu entrada no hospital Charité [Caridade] de Berlim, em agosto depois de um braço de ferro da esposa e apoiantes contra as autoridades russas que recusavam a transferência da vítima em estado de coma.